sábado, 13 de dezembro de 2008

Sons

O teu corpo mexia-se levemente, ondulando. O vestido era vermelho cereja e os teus lábios também. Cheiravas a uma qualquer fruta tropical. Como sabias bem naquele fim de tarde. Juntas formavamos um só corpo, unidos por algo que no dia seguinte nem sequer nos lembravamos de ter existido. Adivinhava-se uma noite bela. Saimos do café onde estavamos. Não havia vento embora os seus cabelos ondulassem como por magia. Era linda.
Esperavamos na estação pelo primeiro comboio que chegasse. Já sabiamos o nosso destino, apesar de não havê-lo.
Chegamos a um quarto (seria dela?), nitidamente pequeno. Deveria morar sozinha, de certeza. Avistava-se uma fantástica garrafeira.
-Posso? - Perguntei, apesar de já me estar dirigindo para esta.
-Claro - respondeu apenas, indo buscar dois copos.
Depois de bebidas muitas (quantas?) fomos para o quarto (que fazia parte da sala, diga-se). A cama parecia pronta. Passado uns minutos de névoa flashada, estavamos de volta a um sofá pequeno. Foi a nossa escolha. Desapertando as minha calças e tirando-as de seguida, fiz o favor de fazer-lhe o mesmo (entenda-se, despi-la, tirar-lhe o vestido). Seguiram-se-lhe as cuecas. Que era aquilo? Ao tirar-lhas descobri que teria vindo para casa de uma desconhecida e fornicaria com um desconhecido. Paralelamente a isso, foi igualmente bom.
A.M.