quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Blá blá blá (not)

Traz-me aqui o Vazio, e traz-me aqui porque já não sabe mais onde me levar.

A vida custa a passar, não é assim? Demora tantos segundos, tantos minutos, tanto tanto tempo! Quando acaba? Traz-me aquilo que quero ouvir! Traz-me, traz-me o que preciso por favor! Oh, que morro sem te ter nunca! Traz-me o que preciso!! Traz-me já! Quero agora, quero, quero agora porque amanhã já não! Traz-me! Traz-me tudo o que quero e vem também.
(Estou a desesperar, nota-se.)

Fazer limonada com os limões da vida!?

Pois, está bem, como se eu soubesse fazer limonada!
Só quando tinha a Débora para me abrir a merda dos limões!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Quantos dedos tem a mão

Quantos dedos tem uma mão? E para que servem todos eles?
Quanto tempo leva a mão a sofrer o que eu sofri?
Tenho uma mão cheia de nada, e de que me serve isso? Tenho uma mão vazia, vazia como tu e eu, vazia como os nossos corações.
E consumindo vou consumindo-me, porque me faz isso esqueçer de mim.
Ah! Há tanto tempo que não sei de mim! Há tanto, tanto tempo, que não vejo sequer metade do meu eu.
Para que servem as mãos? Diz-me, diz-me! Quanto haverá delas que seja meu? Quanto haverá delas que exista!

Quanto tempo dura esta solidão minha?
Quem me diz a sua data de partida?
Nem sequer consigo escrever hoje.
Foda-se.

Quantos dedos tem a mão?

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O que é verdade agora (amanhã não sei)


Hoje percebi que:
Não és o que queres, és o que temes.
Não és o que comes, és o que não queres comer.
Não és o que vestes, és o que despes.
Não és quem pensas que és, és quem não queres ser.
Não existes, és existência.
E com todas as pedras no sapato, vou andando e andando, cada vez mais devagar e mais tropega.
E com todos os sonhos, vou sonhando sonhando, cada vez mais iludida da verdade triste.
E tu estás aqui comigo, sem nunca te ter visto, nem nunca teres existido.
E sem saberes, proteges-me da invisivel dor que trago comigo ao peito.
E assim ando, e assim vivo.
A.M.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Co(r)po

O copo flutuante não faz mais do que ser bebido
E só bebe quem o quer
E só bebe quem não se consegue esconder

O copo flutuante não faz mais do que ver tudo o que não quer ser mostrado
E só bebe quem tem falhas
E só bebe quem tem mal

O copo flutuante não faz mais do que estar na tua mão, na minha
E só bebe quem é fraco
E só bebe quem sou eu.