sábado, 13 de dezembro de 2008
Sons
Esperavamos na estação pelo primeiro comboio que chegasse. Já sabiamos o nosso destino, apesar de não havê-lo.
Chegamos a um quarto (seria dela?), nitidamente pequeno. Deveria morar sozinha, de certeza. Avistava-se uma fantástica garrafeira.
-Posso? - Perguntei, apesar de já me estar dirigindo para esta.
-Claro - respondeu apenas, indo buscar dois copos.
Depois de bebidas muitas (quantas?) fomos para o quarto (que fazia parte da sala, diga-se). A cama parecia pronta. Passado uns minutos de névoa flashada, estavamos de volta a um sofá pequeno. Foi a nossa escolha. Desapertando as minha calças e tirando-as de seguida, fiz o favor de fazer-lhe o mesmo (entenda-se, despi-la, tirar-lhe o vestido). Seguiram-se-lhe as cuecas. Que era aquilo? Ao tirar-lhas descobri que teria vindo para casa de uma desconhecida e fornicaria com um desconhecido. Paralelamente a isso, foi igualmente bom.
A.M.
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Encontro
Tenho andado à tua procura, meu amor. Por onde tens andado? Preciso de te ver, hoje. Quero. Desculpa.
A.M.
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Conversas de taberna
Eu: Para poder ver e depois apanhar as moedas que vocês deixam cair.
Ela: Obrigada, és muito querida...
Eu: Depois fico com elas.
Ela: Ah...
(Vai embora)
Apanho logo de seguida uma moeda de 50Centimos que ela tinha deixado cair.
--------------------------------------------------------------/---------------------------
Que significado terá isto?
Nenhum, para além de enriqueçer (UI, tanto que até estranho) às custas dos outros (e ter um Curso Profissional [De Ladrão], que também está super na moda, também dá jeito).
Divirtam-se, às minhas ou às vossas custas, que não interessa nada
(Perdoem-me, pois não irei acabar o Texto "Les Femmes")
Adriana Matos
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
Les femmes
*acabarei depois*
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Filosofia perdida
Devaneio hoje, com inexperiente filosofia, por não saber o que faço aqui. Sentem-me, que o sinto eu também, e deixa-me isso logo vazia. Conhecerem-me é o pior de tudo. Descobrirem-me as fraquezas pode matar-me de vergonha. E é tão simples descobri-las, basta ver-me morrer. Dizia-me um dia Ateu, Ah!, bela estupida eu era! Li então, algo que Vergílio Ferreira dizia (de certeza para mim) que "todos os ateus se convertem à hora da morte". Pois ora bem, converti-me? Quem me dera que estivesse cá ele para me explicar.
Voltando às perguntas sobre e Existência, para não me desviar muito, é uma merde que ninguém ma explique, por não havê-la nunca. Precisava que me mostrassem que vivo.
Estou preocupada, não sei ser. Quem mo explica? Por favor, abram mentes e mostrem-me que não existo!
Adriana Matos
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Vicioso vício
Os dias são passados a ingeri-lo. Depois, segue-se-lhe uma data de carícias propícias a outras marés. O corpo pede, a boca leva-o até lá. Uma vez ou outra, lá tenta o organismo mandar fora este vício, embora em vão. Toda a gente o sabe de cor. Toda aquela alegria de bebe-lo traz-me a paz que não tenho. Não interessa. Apenas consumo, e consumindo sou capaz de consumi-lo de novo. É um círculo vicioso, como tudo, aliás.
Ali, a olhar para mim, cheia de carência, está ela. Com um fundo redondo e um liquido transparente. Ali, a olhar para mim, está o vazio do meu quarto, que nunca me chama à razão, pois não a há. O céu sobe agora, para onde não estava antes. Sobe para o sítio dele. Ah, que devaneio este! Estava a falar do ser-se viciado, já me esquecia.
Cair em mim? É deixar de ser quem sou. É morrer depois de ter morrido. Não posso cair. Muito menos em mim. Por isso faço por esquecer-me disto. E daquilo.
É tudo igual. Até o diferente. (Estarei eu já a espalhar o tema? E vós a não compreenderem minha escrita?)
Meto na boca o vício, e levo-o até mim através do esófago. Não sei o que sou. Tenho vícios em todos os poros do corpo. E nem sequer me quero desfazer deles. Embora queira. Parece-vos estranho? A mim também.
Adriana Matos
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Mundo
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Mais um nenhum no meio do nada
A cama tinha sido feita. Deitada nela estávamos nós. Trazias vestido uma camisa preta e umas jeans. A posição do teu corpo era-me estranha, meia sentada e com as pernas num ângulo esquisito. Porém, estavas muito bem. Olhei-te. Fazia-o muitas vezes. Não gostas disso, bem sei, por isso é que o faço. A tua pele estava morena, e apetecia-me tocá-la. Coloquei os meus braços em torno do teu pescoço. Beijei-te. Não mostras-te qualquer prazer ou desejo por mim. Não me importava com a tua indiferença. Agarrei-te nas mãos e toquei-me com elas. Primeiro, nos ombros, para se lhes seguir os seios, as ancas, as virilhas. Tu olhavas para o infinito. De vez em quando, regressavas a ti e miravas onde as tuas mãos estavam a tocar, para voltares logo ao teu mundo. Chamei-te. Disse-te para me beijares. Fazendo-me a vontade, beijaste-me levemente, sem qualquer tipo de emoção aparente. O teu pouco desejo por mim excitava-me imenso, e tu sabias. Desapertei-te o cinto. Queria-te. Deixaste. O fecho das calças abri-o com os dentes, enquanto os meus olhos pousavam em ti. Sorrias agora. Não eras tu que me interessava, era o teu corpo. Tirei-te os sapatos, as meias e depois as calças. Demorei-me nas tuas pernas. Beijei-te as feridas, os sinais, as nódoas negras. Toquei-te onde podia e queria. Olhei para ti. Tinhas os olhos fechados. Já as duas sabíamos o que viria a seguir. Deitei-te, meia à bruta. Agarravas-te agora às traves da cama. Puxei lentamente os teus boxers pretos para baixo, até irem parar ao chão. Coloquei-me no meio de ti e fitei-te. Os teus olhos abriam-se agora e sorrias-me. Puxaste-me para ti e sussurraste ao meu ouvido: "Esta noite sou tua". E eu já o sabia bem que eras. Voltei ao centro de ti. Com as mãos, fui abrindo as tuas pernas até te deixarem à vista o sexo. Agarrei-te as mãos, prendi-as às minhas e beijei-te as virilhas. Mordisquei, olhei, consumi. Fui brincando com os teus lábios, enfiando a minha língua dentro deles. Um gemido saiu de ti, de dentro para fora.
Depois, tudo aconteceu rápido. Tive-te ali, receptível a tudo o que eu quisesse. Atingiste o orgasmo. Não queria. Queria possuir-te, violar-te. Afinal, eras como todas as outras. Igual a todas. Perdi o desejo. Beijei-te os seios, mordi-te. Depois disse "Veste-te". E tu vestiste-te. Eras um objecto sexual, mais um. Disse-te que me ia embora, já era tarde para levar com as tuas perguntas. Disses-te-me "Já é demasiado tarde. Já não há comboios nem autocarros. Fica aqui". E lá fiquei.
Ao acordar de manhã, um bilhete avistava-se à minha mesinha de cabeceira. Dizia: "A noite foi óptima. Vê se me esqueces. Não me voltarás a ver". Já sabia que era aquilo que dizia. Sai dali. Já tinha consumido as minhas vontades. A seguir, iria beber um Martini no café. Apesar de ainda ser cedo, a vontade também não tardou a acordar.
A.M.
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
O longe está perto demais
Virada de barriga para cima, vi-te a beleza que nunca tinha visto antes. Fui amando o teu corpo, comendo-te lentamente, como a uma sobremesa. Desci. Com leves carícias, puxei-te para mim. Fiz com que viesses encostar o teu corpo ao meu, sabes bem. Adorava sentir-te a respiração. Estavas quente e ofegante. Adorava em ti o teu tom de pele. Não me preocupei em fechar os olhos enquanto te beijava, nem tu. Olhava para ti sempre que fechavas os olhos de um prazer nulo. Ficavas linda.
Estava na hora. O tempo tinha passado e agora tinha que te deixar. Beijei-te a boca, levemente. Pedi desculpa mas voltei a fazer o mesmo. O sal que tinhas na boca! Ai, só sei eu o que senti ao fazê-lo. Disseram um dia "O fruto proibido é o mais apetecido", como me soava isso tão inteligente agora! Acariciei o teu corpo, como despedida. Vesti-me. Olhavas para mim e não emitias qualquer som. Peguei num papel e escrevi o meu número. Não tencionava que o usasses.
A tua cara estava indecifrável, um misto de euforia e indiferença. Voltei-me para a porta e andei. Ao abrir a porta, os teus braços abraçaram-me e disseste-me ao ouvido:
- Quero ver-te amanhã.
Sorri. Sai pela porta. Onde estaria eu? Não fazia ideia alguma. O sol já torrava. Que haveria acontecido ali? Não tinha a certeza, mas sabia que tinha sido fabuloso.
Com os óculos de sol postos, e os botões da camisa mal apertados, ri-me. Como eras ingénua! Nunca mais te voltaria a ver, pois poderia querer amar-te mais. O número que te dei era falso e a noite anterior foi apenas mais um dia de passado. Estava na hora de seguir em frente.
Agora deixo-te a despedida decadente, a minha despedida. Agora que já foste comida, está na altura de deitar a embalagem fora. A verdade é dura? É uma verdade incrível, não é? Claro que sim. O problema das pessoas é que querem mais do mesmo. Mas eu não. Apenas quero provar sabores diferentes, gostos diferentes, coisas diferentes. Não tenciono amar-te. Nunca. Porém, pensarei em ti para o resto da minha vida.
Vida? Ahah, graças à droga consumida, ainda pensei que tinha uma.
Perguntas-te?
Exclareco-vos, ó bestas andantes, que todo o ser é Mau. Todo o ser se torna mau e instintivo quando a vida lhe nasce dentro do corpo. Todo o ser se torna, de uma maneira ou de outra, mau. Quanto mais não seja, em pensamento.
Qual é a diferença ente o homem e a mulher?
A.M.
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
Dias de Sombra
Abraço-te. Tu deixas.
O Mundo está todo lá em baixo, e nós no céu. Ou sou eu a sonhar? Já não sei.
Permanecemos assim, milhões de anos, abraçadas, juntas. A cama era pequena, não faz mal.
Somos todos iguais, todos os mesmos. Estamos todos juntos, neste mundo de merda e tentamos viver aqui. Somos iguais. Com as mesmas fraquezas, os mesmos enjoos, as mesmas desilusões.
Somos todos iguais, dentro da nossa diferença.
Agora deixa de falar, de filosofar, e beija-me. Beija-me louca e desenfreadamente como nunca.
Adeus.
A.M.
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Whisky
Há quem diga, saber-se-à lá porquê, que ela é bebida de velhos. Discordo.
Aquece-me a alma e o corpo. Deixo-me invadir. És tão bom para mim, como mais ninguém sabe ser. Caiu de amores por ti, hoje. As minhas pernas flutuam, tudo é belo e doce. Tudo me seduz agora. Tudo me faz amar. Sei-te momentâneo, sei que não és duradouro como queria que fosses. Mata-me mais uns neurónios. Leva-me contigo, para sempre, à felicidade quimica em que me envolves.
Hoje, Whisky, és a melhor coisa que conheço. Hoje, amo-te (que quer isto dizer?) para sempre.
Hoje, deixo-me levar por ti para o Mundo que me dás a ver.
Consumir-te-ei eternamente, até que a overdose nos separe.
Adriana Matos
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Palhaçada em dia vermelho
Adriana Matos
quarta-feira, 11 de junho de 2008
Meia volta para dar ao mesmo
Sinto-me, e sento-me. É um dia triste. Apesar de o sol brilhar, o som do vento faz-me chorar os olhos. Fecho-os. Nada se pode fazer agora. Um oceano de dor cai de novo aqui. Uma nuvem tapa o sol, ah! Não. Não vou continuar assim. Ou irei? Já nada sei. Passo na rua. Lá vai mais uma coitadinha, que se queixa da vida como eu. A triste. Quem me dera sê-la e não me ser, a mim! Vagueio. É um passeio pela mata, nada justo. Sonho acordada. Hoje o dia afinal não está assim tão mau. Dou um salto para o fundo do poço. Tropeço, enfim. Nada disso interessa. Interessa dizê-lo, dizer que não interessa. Da mala sai mais um cigarro. Marlboro. Ai!, esta minha vida de ser assim. Por mim passaram umas quantas senhoras, olhar de desdem, importar-se-iam? Duvidei disso. Nuvens cinzentas. Não!? O dia teria que estar bonito, contrastando com minha infelicidade. Palavra feia!
Tristemente vivo, e sou feliz por não viver vivendo!
Mais uma vez,
Adriana Matos
sábado, 24 de maio de 2008
-
Adriana Matos.
sábado, 10 de maio de 2008
Dia a dia
A sua vida estava num turbilhão de confusões. A sua vida resumia-se aos seus pés, a unica coisa que via à muito tempo. Todos os dias chorava um bocadinho, talvez com esperança de acalmar a dor que lhe saia do peito. Nada naquele momento fazia sentido. Muito menos ela. Cada dia, era mais um tormento que se lhe colava às costas, mais um fardo, mais uma cruz. Aqueles dias já nada lhe diziam. Emfim, em fim e por fim. É assim.
Adriana Matos.
sábado, 3 de maio de 2008
O meu Mundo
Lavo a cara, desgraçada
Sorriu enfadonhamente, engraçada
Trago sempre comigo, esta pena minha!
Folgo em olhar o mundo, em ver os animais
Como e durmo e danço
Calo e choro de manso
Como todos os outros, são-me iguais
E reservadamente, com ninguém
Choro lágrimas de alguém
Que minhas não serão nunca mais
E calorosamente, comigo
Vejo e olho e sou amigo
Destes meus amigos, infinitos e mortais!
terça-feira, 29 de abril de 2008
Canção
Conto os dias para me perder no mar de flores
Onde meus dias são azuis-mar
E minhas mãos são de brincar
Conto os segundos para me perder de amores!
-
Deixo o mundo pensar em ti, às cores
Canto-te ao ouvido, e beijo-te
E ao adormeceres, vejo-te e toco-te
Coro e choro e morro, ai de mim, minhas dores.
-
Forro o chão de búzios do mar
Teu véu cai em mim, e ao amainar
Encontro em ti quase felicidade.
-
Soro de teu ser é amar
E quando de mim acordar
Pétalas de flor murcha em tenra idade!
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Hoje,quarta-feira, faz uma semana
Chego a casa. Algo me diz que nada está bem, tinha andado a dormir mal e tinha a sensação que algo estava errado. Abro o portão. Comigo, carrego pesos de algo que agora me parecem transparentes e insignificantes. Vou à cozinha. Chamo pela minha mãe e o meu pai, mas ninguém diz nada. Vou ao quarto do meu irmão. A cama, que normalmente estava a meio do quarto, esta quase à janela. Os brinquedos, esses, estavam todos partidos. O coração começou a bater demasiado rápido para mim. Saí. Fui à "churrasqueira".
O que tinha defronte aos meus olhos era o passado, era impossível. A minha mãe estava deitada no sofá antigo, e o meu pai punha-lhe remédio para as feridas.
-Que aconteceu? - Foi o que me saiu, tinha a boca seca.
-Nada, foi um acidente de carro... – Dizia a besta que haveria um dia chamado pai.
Não, não tinha sido e eu sabia-o. Fui a casa. Agora, o meu coração batia mais que o permitido, saindo-me quase pela boca. Agarrei no telemóvel e sai porta fora. Corri. Ouvia, já longe, as vozes dos meus pais a dizerem para voltar. Isto era impossível.
À medida que corria até alguém que me ajudasse, a boca secava, tentava produzir saliva, mas tudo batia mal em mim.
Pedi ajuda às pessoas que mais perto de mim estavam, e também eram as mais minhas queridas, e liguei para o 112. Enquanto pedia policia, vi o meu pai passar com o carro. Ia à minha procura, mas agora já era tarde demais para ele. Agora, já tinha feito o que era certo e ele não repetiria a proeza de à 10 anos atrás.
Voltei para casa. A minha mãe dizia-me "O que foste fazer, filha? Não o devias ter feito". Gritava-lhe eu dizendo que a policia vinha aí, que ele, pai apenas de sangue, era a pessoa que mais odiava, que era um monte de merda e que esperava que ele se tivesse ido matar.
A minha mãe chorava, e eu com ela.
Pouco depois, a policia tinha chegado. Incrivelmente, chegou ao mesmo tempo que ele.
Depois disso, o meu pai falou com a polícia, eu falei com a polícia e a minha mãe falou com a polícia. Não verti uma lágrima à sua frente, não merecia. Não merecia nada, nem nunca.
Uma das orelhas da minha mãe sangrava imenso. Tinha nódoas negras em cima do nariz, nos olhos, em cima e por baixo do lábio. Vim perceber depois, já lá irei, que eram inúmeras as que tinha nas outras partes de seu corpo.
A polícia resolveu chamar uma ambulância, estava a olhos vistos que a minha mãe precisava de ir ao hospital, mas ela só me dizia "Que vergonha, Adriana".
Eu, que à anos que tentava perceber aquilo, via-me a reviver de novo o mesmo filme. O meu coração, pequeno demais, não conseguia compreender que tipo de dor sentia no momento.
A minha mãe foi para o hospital. Eu arranjei com quem ir. O meu pai ficou em casa. Desejei que se fosse matar. Pensei, que chegaria a casa e já não haveria pai, nem dor, nem coisas más.
A minha mãe entrou com Alerta Amarelo para o Hospital Amadora-Sintra. Saiu de lá, apenas com um penso e quatro pontos na orelha, e um papel.
Chegadas a casa, reparei como tudo era vazio. Nada naquele sítio me fazia sentir coisas boas. Nada naquele sítio me trazia recordações alegres, como as outras crianças tinham das suas casas. Foi naquele momento, naquele preciso momento, que me dei conta de que era um mísera formiga no meio de uma rede enorme.
Hoje, quarta-feira, faz uma semana que o meu pai bateu na minha mãe.
Hoje, quarta-feira, faz uma semana que cresci mais um centímetro na distância de adolescente-mulher.
Hoje, quarta-feira, faz uma semana que não durmo uma noite inteira.
Hoje, quarta-feira, faz uma semana que tudo se mistura na minha cabeça com comprimidos e algo mais.
Hoje faz uma semana que perdi a vontade de ser feliz.
Adriana Matos.
segunda-feira, 14 de abril de 2008
O mundo vestido de rosas brancas
Quem me dera ser eu a senti-la!
Alegro, felicidade, um copo de tequila
Brancas rosas viam-se no fundo
Corações abertos, paixão me mate
Quem me dera tê-los!
E sem os sentir, sabê-los
Que bate sem saber porque bate
Palmas ao vento! Palmas!
Grande espectáculo este!
Belas brancas rosas que me deste!
Depois do pano ter baixado
Da se ter alagado a peste
Belas maçãs de rosto me ofereceste!
sábado, 12 de abril de 2008
Desculpas, informalmente
Hoje já escrevi imensas coisas que queria dizer aqui.
Talvez por a minha cabeça estar uma confusão não me conseguir decidir sobre nada.
Mas sei, porque sim, que o lado mau das coisas já não me parece tão mau. Talvez por ter esquecido de novo que posso ser sóbria quando quero.
Aqui, hoje e agora, peço desculpa por ser assim.
Assim nasci, assim vivo, e assim morrerei.
Para o pessoal que sempre me viu como amiga apesar das controvérsias, um abraço do tamanho de uma garrafa de Whisky.
E mais uma vez, desculpa.
Sinto necessidade de relembrar esta música.
Linda Martini – O amor é não Haver Policia
"Sentimos no ar a melodia etérea. É a nossa música.
Cantamos e dançamos como se fosse a última vez, o último olhar, o último toque, o último beijo.
Estás linda.
O teu vestido, da cor do vinho que enche os copos, aquece o chão que pisas e relembra a razão. Todas as razões.
Diz-lhe para parar aqui. Eu queria tanto parar aqui.
Os olhos param em ti e em mim, enquanto preenchemos o espaço vazio, impossível de preencher por alguém que não nós. Não pedimos o fim, mas não nos importamos se acabar assim.
Diz-lhe para parar aqui. Eu queria tanto parar aqui. O mundo é grande e em todo o lado se vive. Diz-lhe para parar aqui, vivemos em caixas de fósforos. Não sopres. Se as mãos pudessem dizer por mim.
Eu queria tanto parar aqui.
Pára."
Tenho tudo dito por agora, nada de poesia bonita e falsa, nada de bonito. O mundo é uma caixa e eu estou com claustrofobia, é só isso.
Adriana Matos
terça-feira, 8 de abril de 2008
Cansaço
Adriana Matos.
sábado, 5 de abril de 2008
Canções em papel
-Tudo isto é culpa tua! Tudo isto foste tu que criaste!
-Não interessas.
Mais uma vez, levou à boca a garrafa que tinha a seu lado. O pai olhava-a com estranha pena. Que interessava? Nada. Cuspiu-lhe na cara. Depois, fez-se tudo névoa. Percebeu então, que apesar de tudo, era o reflexo do mal amor que lhe deram, era a ovelha mais escura do seu rebanho. Já não queria saber. Acabou com a garrafeira, e caiu para nunca mais se levantar. Tudo o resto, já teria à muito ficado para trás das costas.
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Relato de Infância
-Mãe, que aconteceu?
-Nada, vamos embora daqui.
Porquê? Tinham acabado de se mudar para aquela casa, construída pelo pai. Não cabia na cabeça de uma menina de 4 anos compreender tudo tão cedo.
A mãe agarrou-lhe no braço e levou-a para o quarto de casal. Trancou a porta. Começou a fazer as malas. O pai batia na porta com toda a força. Dizia palavrões.
-Porque é que o pai está tão zangado?
-Porque é um cabrão! VAI-TE EMBORA DAQUI!
-Posso levar os meus bonecos, mamã?
-Claro..
Ao menos isso. A mãe sangrava da boca, ainda. A camisola estava já manchada pela dor e a agonia que só uns anos depois a criança compreendeu bem.
A mãe abriu a porta. O pai estava manchado com o sangue da mulher. Porque estaria tudo aquilo a acontecer? Será que o pai ou a mãe teriam feito alguma coisa mal? Seria por sua causa?
- Onde estão as chaves, caralho?
-Não penses que te vais embora assim.
-Dá-me as chaves!
-Nem penses!
-Então saímos pela janela.
Ele dá-lhe uma estalada. A mãe deveria ter feito algo muito mau... Mas o quê?
-Não sais, digo-te.
E depois, tudo se lhe apagou, nada mais lhe é dado pelas páginas amarelas da memória.
Anos depois, a imagem continuava nítida. Ainda mais nítida, agora já percebia tudo. O pai, que nunca tinha sido para ela um pai, tinha problemas. Tinha batido à sua mãe apenas porque sim. E nunca, mas nunca, lhe perdoaria por aqueles momentos de agonia profunda que hoje ainda, provocam arrepios e choros e dores à eterna menina.
terça-feira, 1 de abril de 2008
Nevoeiro
segunda-feira, 31 de março de 2008
Ouço e calo
Voltavamos nós, outra vez, para as mesas e as cadeiras, e os quadros de jiz. Fui a pé para a escola. Passaram por mim tantas vidas, tantas almas, tantas coisas e animais e cheiros. Só me lembro levemente de uma rapariga linda que vi depois de sair da estação. Nada mais me sai. Só pensava na estupidez de ter gasto o dinheiro. Precisava de tabaco. Agora teria que esperar, para ganhar uns trocados. Estava com dor de cabeça. Não sei o que se passa comigo, mas não interessa. Descubri os calmantes da minha mãe. Bela e doce tentação. Estou à espera de oportunidade para lhes deitar a mão. Queria ouvir música, mas tinha-me esquecido do MP3 na casa da Deb (estive lá até à noitinha, e nem me lembrei). Enfim, clima perfeito.
Cheguei à escola, e encontrei logo uma companheira de mesa na sala de aula. Optimo. Pus o meu melhor sorriso plástico e cumprimentei-a com palavras mansas. Gosto dela, é boa pessoa. Mas apetecia-me mais estar em casa. Soava-me na cabeça uma música do Yann Tiersen. Nada daquilo fazia sentido.
Vi a Raquel. Voltei outra vez ao meu estado. Não queria acreditar. Até parecia que estava apaixonada. Ahah, e eram só sininhos e borbuletas e isto e aquilo. Soltou-se uma lágrima. Merda. Dizia asneiras mentalmente. E saber que aquele sorriso que me asfixia podia ser meu. Não, não. Não deveria sequer ser meu. Imagens minhas e dela, deitadas num qualquer sitio. AH, queria tanto. Mas não. Uma fonte de pensamentos mórbidos fazia sentir na minha cabeça. Dores de cabeça. Nada justificava aquilo. Odiava-a, naquele momento. Não me saia da cabeça. E morri quando a porta se abriu, e o sol entrou, e penetrou na Iris. E assim, acordei. Acordei do sono que a vida me dá.
Adriana Matos
quarta-feira, 26 de março de 2008
Relato da minha Páscoa
Sexta-feira era o dia em que ia para a minha terra. Acordei indisposta, com dores de barriga. Não queria sair de casa, era demasiada a dor para me levantar. Piorou depois do almoço, e logo quando íamos pôr-nos a caminho. Mesmo assim, pegou-se nas trouxas e fizemo-nos à estrada. Continuava a doer mais e mais. Já tinha tomado um Aspegic, mas pedi à minha mãe para parar numa Farmácia para comprar outra coisa qualquer. Tomei mais dois Moment 200, e estava pior. Parámos. Estava cheia de claustrofobia. Saí do carro, olhei para ver onde estava. Numa ponte. Debrucei-me sobre ela para lhe ver a fundura. Era tão grande o desejo de lá estar projectada em baixo. Mas fui cobarde, tão cobarde. Deitei-me antes no asfalto. Comia-me as entranhas, não sei quem. Tivemos que voltar para o carro. E a mim doía-me tanto. Pedia constantemente à minha mãe para me fazer massagens, melhorava um pouco assim. Os meus pais quiseram ir a Fátima. Tudo bem, já não queria saber. Ao chegarmos lá, melhorei. O porquê deste melhoramento repentino, deixo ao vosso critério. Fomos ver a nova catedral. Chorei um pouco quando lá cheguei. Era incrível, tão incrível, aquela gente estar toda lá movida pela Fé. Olhava de soslaio para os outros, imaginando-lhes a vida e senti-me futilizada. Estariam quantos, mas quantos, quantos, com vidas tão piores que a minha? Pedi desculpa, mentalmente, a quem quer que fosse pois passo a vida a queixar-me de nada. Depois fomos comprar umas velas, os meus pais queriam pô-las a arder. Pronto, tudo bem. Fizeram o que tinham a fazer e depois fomos embora. Ainda tínhamos umas horas de viagem pela frente. Mas fez-se bem. Eu já não me queixava, o meu irmão já dormitava, e tudo para dentro se pensava. Enfim.
Depois de tanto andar, chegámos à minha terra (Lameiras) e já se sabe como são os avós: Lambem-nos e espremem-nos até deitar sumo. Foram feitas as perguntas de sempre: -"Está tudo bem contigo?"; -"As notas vão boas?"; -"Tens sido boa menina?"; -"E namorados?". Devo confessar que algumas respostas não foram as que se queriam ouvir, obviamente. E sussurrei alguns nomes que agora me parecem feios e maus. Já era tarde, fui ter com os meus tios e primos, onde ia dormir, e lá foram feitas as mesmas perguntas, ditas as mesmas respostas e sussurrados os mesmos palavrões. Falei com a minha prima sobre as novidades, e dormi.
No Sábado, estava frio. Queria ir dar um passeio, ir até aos moinhos (dos sítios que mais amo, onde a minha alma parece descansar) mas tal não me foi possível. É pena, mas não faltarão oportunidades. Almocei e jantei, como um zombie no mundo dos vivos. E por volta da uma da manhã, decidi dormir.
No Domingo, dia de grande pompa e circunstância naquela aldeia, tive que acordar por volta das nove e tal para tomar banho e me preparar para a missa (foi uma grande discussão, tentar dizer que não queria ir, em vão). Depois vim a saber, que para além da missa, havia também uma procissão. Esta começou antes da própria missa. Começou então a mesma. Notei que as minhas passadas estavam completamente descordenadas das dos outros. Não era o meu mundo. A minha avó agarrava com força a minha mão e ia-me puxando. Eu estava ali tal e qual um fantoche. Sim, era mesmo assim que me sentia, um fantoche. Nada daquilo tinha a ver comigo, e tenho a certeza absoluta, que nada tinha a ver com muitos outros que ali estavam. Depois a missa, depois daquilo estava pronta para dormir. Mas seguiu-se o almoço. Não comia praticamente nada do que estava na mesa, a minha comida era feita à parte (Vegan). Uma senhora que também tinha ido almoçar, deu-me 5€, tal como a minha avó. Acabou portanto o almoço e eu tinha 10€ no bolso, nada mau. Íamos depois embora. Começamos as despedidas. -"Porta-te bem" era o que me diziam. Só pensava -"Querias tu!". Fomos à terra do meu pai, só para fazer de conta que a família é unida e feliz. Acabamos por ficar lá a jantar, depois levaríamos o meu primo. Foi a sorte dele! Convidaram-me, para o ano, ir para a borga com os meus primos. Talvez. Para o ano, se verá.
Adeus,
Já não tenho forças para escrever mais,
e apetece-me ler Florbela,
Adriana Matos.
quarta-feira, 19 de março de 2008
terça-feira, 18 de março de 2008
Destinos
segunda-feira, 17 de março de 2008
Cai-me tudo, até a vontade
Uma pequena nódoa no cérebro, para complexidade da simples vida.
segunda-feira, 10 de março de 2008
Página de Diário I
"Lá lhe passou a mão pela vontade, ainda que a medo, e sorriu delicadamente para a que dizia ser a sua flor mais bela. Quando suas mãos tocaram nos cabelos dela, o calor subiu não sabe bem para onde. A vontade de um beijo, apenas um, era tão forte quanto aquele momento e aquelas vidas. E ali estavam, qual conto num livro, expostos à maré que as quisesse levar. Quem diria que o destino acabaria por juntar na mesma jarra duas flores de espinhos!
Com a alma cheia de amor por ela, rapariga de extremos pouco lúcidos, agarrou-se a ela. O momento durou uns segundos, mas toda a sua vida por ali passou e por ali ficou. Quando a noite a chamou, ela despediu-se e foi-se embora. Já longe dela, percebeu que se lhe esquecera de pedir a vida.
Uma lágrima caiu sobre a cama, mas pouco tempo depois secou.
Nunca mais a voltaria a ver, desse por onde desse."
Obviamente, tudo o que escrevi passou-se e ficou-se na cabeça.
Nada aconteceu. Nem sequer a vontade de tal acontecer.
E é assim, terapias de palavras que apenas magoam, mas têm que magoar. Masoquistas, dizem uns!
Adriana Matos.
domingo, 9 de março de 2008
Sinais
Gostava que tivesses a cor acastanhada da terra, aquela que só vemos quando somos pequeninos.
Gostava que tudo fosse amarelo debotado, e que tu fosses simplesmente alguém.
Não, o problema não és tu. Sou eu que te vi com olhos de quem vê mais do que o que está à frente, fui eu que fervilhei quão bule cheio de chá.
Gostava também, já agora, que a vida fosse mais simples, e soubesse a mentol.
quarta-feira, 5 de março de 2008
Palavras ao Rebentar das ondas
E saudade, tanta saudade é de não poder roubar-te. Quão grande a vontade de te ter em mim. Grande sensação esta, de não ter nada mais que um vazio lunar.
Obrigada, querida Raquel, por me fazeres tanto chorar, como gostar.
Obrigada, estupida Raquel, pois isso ainda me faz mais achar-te uma piada doida que tu não tens.
Mas deixo para depois. Deixo para depois o que deveria ser falado agora.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
Hoje, à beira de um banco amarelo vómito
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Formas
A moda permite mostrar as melhores formas de alguém, mas e se houver alguém que não tem forma? Forma de ser, forma de estar? Forma de gostar, forma de falar ou forma de dormir? Se não tiver formas? Como se inclui na sociedade um pedaço de beco sem saída? Como se corrige as não-formas de se ser? E já agora, porquê estar aqui a escrever?
Um beijo para quem o quiser,
Adriana Matos
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
Raquelíssima anónima
Hoje, sinceramente, só me apetece ouvir Yann Tiersen e pensar na Raquel. Basicamente, tudo anda à volta dela, apesar de ela nem pensar nessa possibilidade. Vi-a hoje... É tão linda. Mas não é minha. Espero que não seja de ninguém, pelo menos enquanto eu a conhecer, para não se me partir o coração de plástico. Ainda não sei o que sinto por aquela gaja... Uns dias, parece igual ao que se vê nos dias que correm, noutros, parece mais admiração, admiração pela pessoa que é. Não sei se sabe que existo... Existo? Ahahah, podia escrever tanto sobre existância!! Hoje, não sei se quero existir... A existência é relativo a partir do momento que se quer que o seja. Não me apetece escrever muito agora.. Volto mais tarde, talvez..
Adriana Matos.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
Converseta para a valeta
Ela: Está a começar a chover...
Eu: Ela estava sentada no café da Guida e imagina, de cor-de-rosa... A Raquel de cor-de-rosa (sorri)
Ela: Está mesmo a começar a chover...
Eu: (...) E depois fui falar com ela para a cave do café...
Ela: Os meus phones estão a falhar, já, fogo.
Eu (em pensamento): Era só o que estava a precisar, foda-se.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Carta para Nenhures
Não me importava, a sério que não, de testar limites contigo na Torre Eiffel. Também não me importava (talvez um bocadinho..) de fugir de tudo por instantes.
Contudo, não sou romântica Raquel. Não sou nem serei.
Não sou porque gosto de ti. Não sou. Não, porque em toda a minha vida, serei incapaz de dizer Amo-te sem emoção.
Não sou porque Tu existes.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Tempos que correm (1)
Cada vez mais se vê pessoas a dar uma importancia de 100% ao amor. Não Amor, apenas amor. Vejo que se sentem vazios quando não conseguem gostar de alguém (forçar sentimentos também é uma coisa linda de se fazer, claro, por isso é que o divórcio é tão bem aceite, tapa os erros).
Quanto mais vejo os outros gostar, menos me dá vontade de o fazer também (*Ver Nota). Claro que falo nisto por amanhã ser O Dia H, H de Horrivel. Sim, claro que digo isto por estar vazia quanto ao amor/Amor (*Ver novamente a Nota).
Quanto mais olho para os dias que correm, mais penso:
sábado, 9 de fevereiro de 2008
Pensamento nº1
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
Nada em concreto
Temo que o Karma não perceba o porquê da adolescência e a minha vontade de fazer tudo em tão pouco tempo.
Sim, apenas fiz algo às escondidas e o Karma ia-me matando, fazendo-me cair pelas escadas.
Desculpa,
apenas faço o que o cérebro me pede,
e foi o que naquele momento me pediu.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
Carta para quem nunca Virá
Hoje vi-te como nunca te vi antes. Olhei para ti, e algo mais que tu fazia sentir-se em mim. Algo bem mais que o que sinto por ti.
Nunca, em tão pouco tempo visual, fiquei tão satisfeita interiormente.. Uma canção linda entrou pelo ouvido e ainda a ouço. Estavas a viver a tua vida, como todas as pessoas que o querem fazer, mas tu és diferente. És sempre diferente. Estavas a viver a tua vida como sendo mais uma, apenas mais uma vida. Incrivel, parecias ter consciência disso mesmo. Estavas a sorrir aos teus amigos (entenda-se o que quizer da palavra "Amigo"). Estavas a sorrir-lhes, mas eu sei que nada foi tão falso como o teu sorriso naquele momento. Nem o que sinto por ti era tão falso..
Tentei abrir a embalagem que és para ver se gostava também do conteudo, já o fiz uma vez e chegou-me.
Prefiro imaginar-te, como se faz sempre que a verdade pode magoar, imaginar que és como eu quero que sejas e não és. Imaginar que estás comigo e gostas. Imaginar que a vida pode ser feita com dois bocados de Carne humana. Imaginar que te abraço como quem abraça Amor.
Não deixo de pensar em ti. Não sei porquê, não sei, acério que não sei. Tentei, agora já não, tentei tirar-te da memória por breves instantes. Arrancar-te dela como quem arranca flores no jardim. Mas não consigo, embriagaste demais o meu pensamento. Tudo o que resta são focos de luz quando desapareces da memória. É quando adormeço. Quando adormeço Raquel, e aí sonho contigo. Connosco.
A vida é tão injusta e tão falsa.
Um beijo de quem te adora desde que aprendeu a adorar,
Adriana.
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
Quando caiu, levanto-me. É a questão lógica das coisas.
Fazer força para acontecer o que queremos afasta apenas essas coisas. Quanto mais tentamos arranjar coragem para deixar vir ao de cima o nosso eu, cai em por terra todo o sonho do mundo ao notar que só faz com que tudo à nossa volta se afaste de nós próprios. Até nós nos afastamos... Tantas e tantas vezes. Tantas que nem vemos bem o número de vezes que acontecem.
Talvez hoje, ao passar ao lado do meu Pecado, e não ter conseguido dizer que me fazia o mal que me faz, me faça pensar que nem sempre temos o poder na entre as mãos. Nem todas as vontades são nossas (entenda-se: as dos outros também devem contar), nem todas as pessoas são Bens que possamos usufruir como se quer. A vida é bem diferente disso, tudo à nossa volta não nos pertence, nem nós. Terapia, preciso de Terapia. A do amor? Talvez, talvez por um momento só tenha fraquejado e pedido por ele. Agora já não. O meu Pecado não me deixa sonhar mais do que a realidade. Tenho os pés acentes no chão quanto a ela. Nunca poderei abraçá-la. Não conseguirei nunca vê-la em mim e sorrir. Apenas porque não existe, apenas porque é só imaginação. Apenas porque existe um corpo mas não uma alma.
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
Sempre me foi dificil começar alguma coisa. Não só por estar a começa-la como saber que não vou chegar a terminá-la.
Confesso que já fiz uns quantos Blogs e sem perceber porquê parei.
Talvez desta vez seja diferente, não só por eu própria já não ser o mesmo eu como por a vontade ser também diferente.
Na esperança de um dia melhor que ontem e hoje,
Voltarei possivelmente para nada mais que escrever,
Um beijo,
Adriana