segunda-feira, 10 de março de 2008

Página de Diário I

Maggie Taylor.



06.03.2008



"Lá lhe passou a mão pela vontade, ainda que a medo, e sorriu delicadamente para a que dizia ser a sua flor mais bela. Quando suas mãos tocaram nos cabelos dela, o calor subiu não sabe bem para onde. A vontade de um beijo, apenas um, era tão forte quanto aquele momento e aquelas vidas. E ali estavam, qual conto num livro, expostos à maré que as quisesse levar. Quem diria que o destino acabaria por juntar na mesma jarra duas flores de espinhos!
Com a alma cheia de amor por ela, rapariga de extremos pouco lúcidos, agarrou-se a ela. O momento durou uns segundos, mas toda a sua vida por ali passou e por ali ficou. Quando a noite a chamou, ela despediu-se e foi-se embora. Já longe dela, percebeu que se lhe esquecera de pedir a vida.
Uma lágrima caiu sobre a cama, mas pouco tempo depois secou.
Nunca mais a voltaria a ver, desse por onde desse."





Obviamente, tudo o que escrevi passou-se e ficou-se na cabeça.


Nada aconteceu. Nem sequer a vontade de tal acontecer.


E é assim, terapias de palavras que apenas magoam, mas têm que magoar. Masoquistas, dizem uns!



Adriana Matos.

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