terça-feira, 8 de abril de 2008

Cansaço

Do céu caiem, de tempos a tempos, lágrimas que sei que já foram minhas. Tento agarrá-las, consumi-las. Quem me dirá, que não estarão a enviar nesta chuva mensagens de outrora? Tenho sede dos oceanos que nunca provarei. Tudo à volta é seco, embora húmido. Tudo é cinzento com leves tons de azul. O corpo manifesta-se com dores que em lado nenhum estão, nem estiveram, e tenta falar por mim. O calor que antes sentira, hoje não sinto mais. Responde-me sei lá quem e sei lá porquê, que tudo em mim é podre e pobre. Diz-me a Inteligência que sou fracasso e preguiça de viver. Contudo, é o Pensamento que me fala mais vezes ao ouvido, não me deixando em conforto comigo, não querendo a minha alegria. As lágrimas que chorei e que já secaram, não as contei. Nunca as contei. Os sonhos que tive, já os perdi de vista. À quanto tempo? A recordação, essa, é algo que vejo lá longe, como daqui ao sol. E tudo em mim parece não desenvolver, tudo parece não brilhar. Talvez por este baço nevoeiro. Talvez por este nevoeiro imenso que não me deixa ver para além dos meus próprios pés. Ou quem sabe, se por ser eu mesma a falar em vez de mim. Quantos sonhos em flor deixei eu de regar! Quantas amargas e tristes histórias contei eu, eu!, que me tratei sempre como terceira pessoa! Quem saberá que tantas histórias contei? Quem saberá que todas elas eram minhas? Minha e tuas, minhas e de outros personagens que eu não criei, mas vi! Quem? Como?
Adriana Matos.

1 comentário:

Anónimo disse...

amiga sabes que te amo mesmo e que nao gosto NADA do que te aconteceu / acontece , passas te / passas . quero o melhor par ti ...
quero que sejas FELIZ!!!!
que pelo menos tentes eu tou sempe onde tu etas swempe para te amparar se pexisares
EU TOU AKI PA TI!!!!!!
ADORO_TE******************