domingo, 6 de setembro de 2009

Tormento

Fogi para longe, longe demais de mim. Longe demais. Longe.
Mas quão longe é? Que relativismo este, passando pelo cérebro congelado que trago na cabeça. Há dias que não vou a casa, há imensos dias que não estou em mim. Porquê? Porque trago comigo este vendaval de angustia? Porque me rebentam as costuras de dor, dor que nunca sofri porque nunca tive sentimento em mim?
O que me move, oh senhores!, o que me move é este fogo odiundo, este maldito fogo que me corroi tudo quanto pode, tudo quanto tenho! Deus, se existir, sabe como percorro sofrida este caminho. E não quero! NÃO QUERO, NUNCA, NUNCA MAS ! Não quero mais viver com angustia no bolso de trás das calças, não quero mais ter medo, medo que me possa tocar esta dor!
Porquê?
Se eu soubesse o porquê! O porquê de sofrer mais do que os outros pelo mesmo! Como posso eu viver assim? Como posso acalmar esta ansia - Oh!, que ansia esta a minha! - que não acalma nunca!

Tenho saudades tuas, Débora.
E apesar de não teres nada a ver com o que escrevo, é por tua causa que tudo isto custa mais a passar. Porque estás longe de mim.


Adriana Matos.

1 comentário:

Pseudo-Alexandra disse...

Tu sabes que...a mim custa-me o mesmo!
Saber que estou sozinha, apesar de esta solidão ser relativa, pois ainda cá andas no mundo, não é?
Mas o facto de não te ter fisicamente torna tudo mais dificil, para mim, para ti.
Eras a única pessoa com quem eu gostava realmente de falar, falar a sério, e agora não te tenho mais ao meu lado, por um longo período.
Entretanto vou tentando acalmar a solidão fingindo que não sinto nada, coisa que só tu realmente sabes que é mentira.
Não preciso de um abraço, nem preciso de um 'beijinho', só preciso de ter alguém com quem falar, e esse alguém és tu.